A escolha é entre viver na bolha ou influenciar a mudança |
As manifestações recentes que tomaram conta do Brasil refletem a insatisfação de nosso povo. Elas vão muito além da revolta em relação às tarifas de ônibus ou impostos. Estamos diante de uma geração cansada de viver o Brasil do futuro, demandando que sejamos o Brasil de hoje.
O movimento vem sendo encarado sob diversas perspectivas. A mídia dominante apresenta um lado, os blogs e redes sociais aquecem as discussões, mas não poucas vezes as afirmações estão apoiadas numa perspectiva incompleta do que realmente vem acontecendo nas ruas.
É bem verdade que existem excessos dentro de uma multidão, assim como o despreparo das forças policiais colabora para que haja abuso de poder. É triste ver os excessos daqueles que deveriam ser a fonte de proteção, orientação, apoio e união. Da mesma maneira, é triste ver aqueles que saem para as ruas sem uma causa real, justificando atos duvidosos com a bandeira do movimento.
Mas eu prefiro olhar para as famílias e estudantes que fizeram uso do tempo que poderiam estar desfrutando, para investir no ato de se importar e não se calar. É fácil cobrir os olhos e continuar acompanhando o futebol na televisão. A escolha de cada um é entre viver na bolha ou influenciar a mudança.
Há quem possa ignorar a favela por onde seu ônibus passa a caminho da escola ou faculdade. Há quem possa ignorar o menino acrobata descalço que equilibra bolinhas no semáforo. O que não pode ser ignorado é que tem gente se importando e agindo.
Convido você a usar esse momento como um impulso para reflexões sinceras e independentes. Ações inteligentes e bem-apresentadas são capazes de influenciar movimentos com resultados transformadores. Sem ingenuidade, é possível ser influência positiva em ambientes completamente negativos. Lembre-se sempre de que a verdade é fonte de liberdade.
Para ir além
Livro Conversas que tive comigo, de Nelson Mandela (Rocco, 2010).
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