Natal é alegria, é confraternização é comemoração é curtição. É hora de estar com a família, com os amigos, com os queridos.
Hora de reunir forças pra sorrisos mesmo que não sejam totalmente espontâneos; momento de ajuntar grana pra presentes que precisamos dar pela cobrança do coração ou simplesmente pelo imperativo da ocasião.
Momento de recolher os cacos da pessoa que fomos ou que somos porque afinal de contas é Natal né gente, não podemos estar aos pedaços.
Porque Natal é renovação, é reconstituição; no mínimo, é dia de mostrar que a gente tá feliz, pra cima, recauchutado, um espetáculo só.
Vejo luzes, muitas luzes, as luzes do Natal. Já não me sinto mais no escuro. Mesmo que pisquem intermitentemente, cinquenta por cento claridade, cinquenta por cento escuridão, são luzes. Me indicam que a bola da vez é o brilho, a cor, a decoração de interiores e exteriores.
E por falar em interiores, pode ser que a sala esteja um mimo na decoração mas o sótão da alma uma desolação só.
E pode ser que presentes venham e vão mas eu ainda me encontre com as mãos vazias do maior presente, a gratidão.
E pode ser que o mundo inteiro esteja cantando canções enquanto eu aqui permaneço mudo.
Já é quase Natal, de novo e eu não sei ao certo se entendi bem algumas coisas.
É tempo de tréguas e de paz mas por que não estou em paz nem comigo mesmo?
É tempo de comida e bebida mas existem milhares agonizando seu jejum.
É tempo de fraternidade e união e por que então estamos cada vez mais distantes uns dos outros?
Já é quase Natal e eu me questiono se entendi de verdade o que é o Natal.
Por acaso me lembrei do pobre, presenteei quem realmente precisa?
Será que consigo abrir espaço na agenda para as coisas realmente importantes que estão implorando para entrar no meu “schedule” há séculos?
Já é quase Natal e eu estou aqui pensando com meus botões: que tipo de pessoa eu sou? Que tipo de cidadão me tornei? Que tipo de papel escolhi representar nessa complexa peça chamada vida?
Já é quase Natal, ainda bem que dá tempo de rever meus conceitos.
Já é quase Natal, ainda dá tempo de perdoar aquele erro indesculpável.
Já é quase Natal, ainda dá tempo de dar aquele abraço, aquele beijo, escrever aquele e-mail, dizer aquilo que já devia ter dito antes mas não disse.
Já é quase Natal, ainda bem que dá tempo de…
- rever meus postulados;
- me encontrar comigo mesmo;
- lutar pelo bem estar daqueles a quem amo;
- me doar por inteiro a uma causa em benefício de pessoas que talvez eu nem conheça mas que precisam desesperadamente de mim.
Já é quase Natal, de novo. Com certeza, tempo de me preocupar um pouco menos com a festa e muito mais com o aniversariante.
Afinal de contas, Natal é quando eu, de verdade, tomo tempo para celebrar e imitar JESUS. E ainda dá tempo.
(Jader Santos)
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